Os elefantes dos jardins zoológicos europeus vivem, em média, duas vezes menos que aqueles que habitam na selva, revelou quinta-feira um estudo. Segundo o documento, um elefante africano num zoo europeu vive em média 17 anos, ao passo que um mamífero da mesma espécie que habite no Parque Nacional Amboseli, no Quénia, vive 56 anos. No caso dos elefantes asiáticos, um animal que viva num zoo europeu tem como esperança média de vida 19 anos, contra os quase 42 de um que viva na selva.

Stresse e a obesidade são provavelmente os factores responsáveis pelas mortes, afirmou Ros Clubb e colegas da Sociedade Real Britânica para a Prevenção de Crueldade contra Animais. "Nos zoológicos, o bem-estar dos elefantes africanos (Loxodonta africana) e asiáticos (Elephas maximus) é motivo de preocupação", surge no artigo escrito para a Science.

A equipa internacional de investigadores estudou mais de 4.500 elefantes, incluindo metade da população mantida em cativeiro no mundo e com dados reveladores: "Infanticídio, herpes, tuberculose, infertilidade e comportamento estereotipado predominam. As populações de elefantes mantidos em zoológicos não são sustentáveis sem importações".

"A mortalidade de filhotes e de jovens não difere entre as populações, mas as fêmeas adultas morrem mais cedo nos zoológicos do que no parque nacional", escreveram.

Nos últimos anos, numerosos activistas têm feito campanha a favor da libertação dos elefantes "em jaulas" de zoos, fundamentalmente devido ao facto de considerarem que "estes animais necessitam de bastante espaço" para viver.